VOCÊ

A música que escuto nesse momento é: A thousand years, e me lembro de VOCÊ.

Você foi embora em uma separação de comum acordo. Nossa última noite foi tão linda como muitas outras, eu como sempre preocupado em não machucar Você, e Você nem se importou em me machucar na primeira oportunidade que teve. 

Você...

Como me lembro de Você?... 

A mulher mais incrível que conheci! A menina indefesa que me fez enxergar que o mudo pode ser mais bonito, mais interessante. Me ensinou a auto-analisar e a fazer analises mas, também me fez ver que nem tudo são flores, que nem todos são desinteressados e que o amor não é tão puro como eu acreditava.

Hoje queria encontrar Você, e queria que a música que escuto agora tocasse em algum alto-falante, justo neste momento, como se a vida fosse um grande musical. Eu só não sei como seria, talvez olharia nos teus olhos e faria com que Você entendesse que eu te amo, e que só seria feliz ao meu lado, ainda com todos os nossos defeitos e com toda a minha instabilidade. Mas sei que isso seria quase impossível, mesmo que eu seja tão sensível e sensitivo não poderia fazer Você entender, Você é tão freudiana e analítica que nada passaria pela tua crítica severa e árdua.

Ainda me lembro da nossa primeira noite, do nosso conto de fadas, o primeiro cinema, teu sorriso, tuas descobertas, tuas surpresas e alegrias a cada novidade que eu te apresentava, a cada página que Você lia do meu mundo e que um dia te faria sentir tão sufocada.

Com Você eu aprendi e ensinei, embora tenha terminado tudo como se eu fosse apenas um mero aprendiz da grande mestre que se sentiu minha mãe, quando na verdade a troca foi mútua e justa, mas a vida tem dessas coisas injustas.

Às vezes me pego pensando em Você, do nada e me pergunto, será que Você também se pega pensando em mim? Será que Você se lembra dos meus dons culinários? De algo bom que tenha aprendido comigo?...

Outro dia, conversando com tua amiga eu tive a certeza que sim, Você também se lembra de mim e ainda me ama.